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LEITURA DELEITE: Margarida, a espertalhona

Atualizado: há 7 dias

Um conto divertido dos irmãos Grimm

Houve uma vez uma cozinheira chamada Margarida, que possuía um par de sapatos de salto vermelho. Quando saía para passear com os sapatos, ela se sentia uma rainha, toda vaidosa, e pensava: "Sou uma mulher muito bonita!" E, quando voltava para casa, de tão contente, bebia um bom gole de vinho e, como o vinho despertava o apetite, ela provava dos melhores pratos até se sentir satisfeita, dizendo: "A boa cozinheira deve saber que gosto tem a comida."


Certo dia, o patrão disse: - Margarida, hoje teremos um convidado para o jantar; prepara duas galinhas da melhor maneira. - Está bem, senhor, será feito; - respondeu Margarida. Matou as duas galinhas, depenou-as, limpou-as e, tendo-as temperado bem, pôs-as para assar no espeto. As galinhas já estavam começando a dourar e a tostar, mas o convidado não aparecia; então Margarida foi ter com o patrão e disse: - Se a visita não vem, tenho de tirar as galinhas do fogo; mas é uma pena não as comer logo, enquanto estão no ponto.


O patrão respondeu: - Vou correndo chamar a visita. Assim que o patrão virou as costas, Margarida tirou do fogo os espetos com as galinhas e pensou: "Ficar tanto tempo perto do fogo faz suar e dá sede; quem sabe lá quando eles chegam? Enquanto isso, dou um pulo até a adega e tomo um traguinho." Desceu depressa à adega e tomou um belo gole. "Deus me abençoe, Margarida!", disse consigo mesma, "um gole chama outro e não é bom interromper." Assim pensando, bebeu mais alguns goles.


Depois voltou para a cozinha, recolocou as galinhas no fogo, untando-as bem com manteiga e girando alegremente o espeto. Os assados desprendiam um aroma tão delicioso que ela pensou: "Será que não está faltando alguma coisa?" Passou o dedo e lambeu-o, exclamando: "Oh, como estão gostosas! É realmente um pecado não as comer já." Foi até a janela para ver se o patrão e o convidado vinham chegando, mas não viu ninguém; voltou para perto dos assados.


"Ah, esta asa está queimando, é melhor comê-la", pensou. Cortou a asa e comeu-a gostosamente; ao acabar de comer, pensou: "É preciso tirar a outra também, se não o patrão percebe que está faltando alguma coisa." Depois de ter comido as duas asas, voltou à janela a fim de ver se o patrão vinha chegando, mas não o viu. Então, ocorreu-lhe a ideia: "Talvez nem venham! Quem sabe se não foram jantar em qualquer restaurante!" !, disse a si mesma: "Vamos, Margarida, coragem; já começaste uma. Toma mais um golinho e acaba de comê-las de uma vez; assim ficarás sossegada; por que se há de perder uma delícia destas?"


Desceu novamente à adega, tomou um gole respeitável e depois comeu a galinha inteirinha, com a maior satisfação. Tendo comido a primeira e não vendo o patrão aparecer, Margarida contemplou a segunda, murmurando: "Aonde vai uma deve também ir a outra, pois devem fazer-se companhia; uma tem o mesmo direito que a outra." Tomou outro gole e mandou a segunda galinha fazer companhia à primeira.


Quando estava no melhor da festa, chegou o patrão todo solene e anunciou: - Depressa, Margarida; arruma tudo, a visita vem chegando. - Sim, senhor, já vou arrumar; - respondeu Margarida. O patrão foi para a sala ver se a mesa estava em ordem, pegou a faca de trinchar e pôs-se a afiá-la; nisso chegou o convidado, que bateu delicadamente à porta. Margarida correu para ver quem era, e, dando com ele parado diante da porta, colocou um dedo sobre os lábios, dizendo cautelosamente: "Psiu, psiu! Foge depressa, pois se meu patrão te pegar, pobre de ti. Ele te convidou para jantar, mas sua intenção é cortar-te as duas orelhas, ouça como ele está afiando a faca! O convidado ouviu o tinir da faca e, pensando que fosse verdade, disparou numa corrida louca pela escada abaixo. Margarida, sem perder um minuto, correu para o patrão gritando: - Que belo convidado você teml! - Por que diz isso, Margarida? - Sim, - disse ela - furtou a travessa com as duas galinhas, que eu ia colocar na mesa, e fugiu!

- Muito bonito! - disse o patrão, aflito por causa das galinhas. - Se ao menos me tivesse deixado uma, para ter o que comer! Passou a gritar para que parasse, mas o convidado fingia não ouvir. Então saiu correndo atrás dele, com a faca na mão, gritando: - Uma só pelo menos! Uma só! - querendo dizer que lhe desse ao menos uma das galinhas e não levasse logo as duas; mas o convidado não compreendeu e pensou que ele estivesse pedindo sua orelha e corria cada vez mais, desesperado, e tratou de pôr a salvo as preciosas orelhas.


E assim, o convidado fugiu, o patrão ficou sem jantar e Margarida... bem, Margarida já havia comido as duas galinhas! 😄

 
 
 

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