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LEITURA DELEITE: João Preguiça

Descubra como João Preguiça enganou a morte!



João Preguiça quando ainda moço era um bom trabalhador, bom cabo de enxada, mas, por mais que trabalhasse não ia adiante.


     Por fim deixou a peleja e fez propósito de não mais trabalhar. Vivia de comer o que caçava e de uma hortinha no fundo do quintal. No mais, passava o dia deitado numa rede e, por causa disso, ficou ainda mais pobre. “O que for meu às minhas mãos virá”, dizia.


     Uma madrugada, alguém bateu a porta. Era um viajante. Um velho que pedia um pouco de comida. Numa voz desanimada de quem está se despedindo do mundo, João Preguiça disse:


     — Entre, meu velho! Só tenho uma sobra de feijão aguado e um pão seco. Se for do seu gosto...


      — É muito mais do que eu poderia querer, meu filho.


     Sentaram-se à mesa.


     Ao fim da refeição, o velho viajante encantado com a generosidade de João Preguiça, disse-lhe que tinha poderes mágicos e queria retribuir-lhe a gentileza concedendo-lhe um pedido.


     — Você pode pedir o que quiser, por exemplo, pode pedir para ter o corpo fechado, ou perdão para todos os seus pecados, ou ainda pedir a sua salvação.


     João Preguiça pensou e repensou e disse:


     — Prefiro ter duas mangueiras ao lado da casa e quem subir nelas só desce com minha ordem.


     — Bem, se é esse o seu gosto... Está concedido.


     Em seguida o velho despediu-se e seguiu viagem.


  Imediatamente, duas frondosas mangueiras cresceram ao lado da casa de João Preguiça. Há cada coisa que nesse mundo ninguém acredita, mas há.


     A partir daquele dia, João Preguiça estendia sua rede entre as duas mangueiras e passava o dia deitado nela sem se preocupar com mais nada.


     Mas o tempo passa ligeiro que nem percebemos; e como nunca chega atrasado João Preguiça ficou velho.


     Certo dia estava como sempre esteve, deitado em sua rede debaixo das mangueiras, quando alguém vestido com uma capa preta aproximou-se dele.


     — João!... João! Eu sou a morte. Sua hora chegou. Prepare-se! – disse a Morte.


     — Já! – exclamou João, espantado. – Não pode ser, deve haver algum engano! Eu estou bem!


     A Morte caiu na gargalhada.


     — Não me venha com conversa fiada. Vamos embora agorinha mesmo.


João Preguiça ficou algum tempo cabisbaixo, lagrimas nos olhos...


     — Posso fazer um último pedido? Quero chupar uma manga do meu quintal antes de morrer.


     — Vou lhe conceder esse pedido, mas seja rápido.


     — Aí é que está o problema, Dona Morte. Estou um tanto velho e se conseguir subir na mangueira, levarei um bom tempo para pegar uma fruta e descer.


Então, implorou:


     — Por favor, cara senhora, faça isso por mim e serei rápido em chupá-la!


     A Morte praguejou, mas acabou aceitando a proposta. Subiu na árvore, arrancou uma manga e por lá ficou. Não conseguia descer de jeito nenhum.


     — Isso não se faz! Você tem de me deixar sair daqui!


     João Preguiça, vendo a Morte agarrada aos galhos da mangueira, caiu na risada.


     — Se você me deixar aprisionada aqui haverá uma grande confusão no mundo, pois ninguém mais vai morrer...


     E a Morte continuou explicando, desesperada... até que João Preguiça sentindo que ela estava no ponto disse-lhe:


     — Só deixo você descer se me der mais dez anos de vida.


     Sem ter outro jeito a Morte mais que depressa concordou.


     E assim João Preguiça viveu mais alguns anos preguiçosos.

 
 
 

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